February 5, 2007



LXXIV. de que falava?

Carta:
«lendo, não se sabe do que se fala. Mas, demorando a ler, verifica que se
lê. E o que não se apreende directamente, sente-se no fulgor que emana
do sentido do sentimento.
Sensualmente, a inteligência vai buscar o seu referente. O fulgor
oscilante da leitura
que é o verso e reverso deste enigma sem nenhum mistério contundente ».


Llansol, Amigo e Amiga. curso de silêncio de 2004, p. 102


XCI. lugar universal aqui

se bem
que os alísios e o lago não se elevem acima do grande plátano — a árvore
fica presa. Contudo, seus reflexos

caminham sobre as águas,
e é por esta via que eu recebo recados e mensagens.
Como este:
«Não te esqueças de voltar a ler o que já perdeste, pois no reler é
que está a frescura e, na reacção, a resistência humana.»
(...)
Llansol, Amigo e Amiga. curso de silêncio de 2004, 127