March 16, 2007


O caminho está orvalhado. A saia molha-se entre as espigas inclinadas para a terra batida. A minha mente esclarece-se com o andar apoiado no meu pé direito. É ele o primeiro a envelhecer o sapato que o protege. É ele que fende o vento, trazido pelas árvores adversas. O sentido contrário é excelente para a clareza do pensamento. Jade abeira-se; quer entender a novidade que esconde esta marcha relativamente matinal:
- Então, vamos para Herbais?
- Sim, para o interior, para uma espécie de sertão de planícies.
- Porquê este povoado ignoto a três quilómetros?
- Porque há nele uma casa que vamos pintar e tornar habitável.
- O cheiro que vem dela não me agrada. Não respeita qualquer contrato.
- Vai ser bom, verás. Exercitaremos os pés por entre imagens, e as mãos sobre a escrita.

Llansol, O Senhor de Herbais, p. 37